Um tema que vem sendo muito discutido nas últimas semanas e enchendo as redes sociais, os noticiários e as rodas de conversas de opiniões é a escala de trabalho 6×1, um modelo antigo que não comporta mais os hábitos e a vida da sociedade atual.
Recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) criada pela deputada Érika Hilton (PSOL-SP) sobre a redução da jornada de trabalho atingiu a quantidade de assinaturas necessárias para ser protocolada na Câmara dos Deputados. A ideia é acabar com a jornada de seis dias de trabalho para um de descanso, muito comum em setores como o do comércio.
A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), como uma entidade sindical que defende as categorias profissionais, seus direitos e sua valorização constante, apoia a mudança em prol da qualidade de vida e da melhoria das condições de trabalho da população.
“Uma escala de trabalho que determina, em uma semana, que um pessoa trabalhe seis dias e descanse apenas um, é um formato de trabalho que não valoriza o trabalhador, principalmente quando falamos da base de trabalho, que precisa ‘bater ponto’ todos os dias e que, muitas vezes atua em escala de trabalho que precariza suas relações sociais e familiares”, explica a presidente da FNA, Andréa dos Santos.
Milhões de brasileiros estão submetidos a este modelo de trabalho precário. Segundo dados do IBGE de 2022, 10,3 milhões de pessoas estavam empregadas no setor do comércio. Dessas, 7,6 milhões trabalham no comércio varejista. O setor de turismo, eventos e hotéis somam 3,7 milhões de postos de trabalho, outra categoria que sofre com a escala 6×1.
A luta das categorias é pelo fim de um formato que escraviza a população, impedindo que a vida seja, de fato, vivida, precarizando o mercado de trabalho. Desta forma, os trabalhadores vivem para trabalhar. Não conseguem criar seus filhos, ter tempo de qualidade com as suas famílias, tempo para o lazer e para o descanso de qualidade, criando uma sociedade cada vez mais adoecida.
Andréa também reforça que a voz das categorias deve ser ouvida, pois o pedido mostra uma demanda que vem se tornando cada vez mais urgente não apenas no Brasil, mas no mundo todo. “Crescemos ouvindo sobre a importância do trabalho, de ter uma profissão, mas não queremos mais que o trabalho seja o ápice da nossa existência, pois existe vida além do trabalho. Os horários de expediente, mais o trânsito, a distância das nossas casas até o local de trabalho, tudo isso ajuda a transformar os nossos dias em um eterno ‘viver para trabalhar’, mas não deveria ser assim. A população está cansada e precisa ser atendida, os trabalhadores precisam de maior dignidade e qualidade de vida”, finaliza.
Fonte: Reprodução Assessoria de Imprensa FNA