A ATHIS e o papel da arquitetura

24/06/2020 | geral

O projeto de Assistência Técnica em Habitação de interesse Social (ATHIS) da comunidade quilombola Toca Santa Cruz, localizada no município de Paulo Lopes, iniciou-se como projeto de extensão dentro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2014. Através da organização do Movimento Negro Unificado (MNU) no Estado, o projeto contou com professores e alunos dos departamentos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharias Civil, Ambiental, Mecânica e Sanitária. Através de visitas e reuniões com a comunidade, o projeto de moradia das 22 famílias ficou finalmente pronto no fim de 2016.
Após quase dois anos, com o projeto incorporado ao Programa Nacional de Habitação Rural, do Ministério das Cidades, a Toca Santa Cruz tornou-se a primeira comunidade quilombola no Estado de Santa Catarina a receber financiamento da Caixa Econômica Federal. Com o aporte financeiro para a construção, uniram-se todos os atores necessários para dar andamento à obra: o Movimento Negro Unificado é o ator social que trabalha o fortalecimento comunitário; o departamento de arquitetura e urbanismo da UFSC, através de seu chefe, o arquiteto eurbanista Samuel Steiner, tem a responsabilidade técnica pela execução da obra; o projeto conta também com a participação de diversos alunos do Programa de Educação Tutorial, com o papel de regulamentar um programa de residência em ATHIS dentro da Universidade. Além da Caixa como financiadora, o poder público também é representado pela Prefeitura Municipal de Paulo Lopes, proponente responsável pela obra. A organização e acompanhamento da obra, além dos projetos urbanísticos da comunidade, são feitos via iniciativa privada, pelo URBE ateliê de arquitetura.
Sendo um projeto único dentro do universo da assistência técnica no Estado, o SASC, através do patrocínio do CAU/SC, realizou em 2018 uma publicação com o objetivo de documentar e divulgar o longo e rico processo prático vivido na Toca Santa Cruz, contando sua história e seu presente através do olhar de cada um dos diversos atores envolvidos no projeto. Esperamos poder contribuir, por meio dos relatos, para que a luta pela assistência técnica gratuita possa evoluir de forma conjunta, não apenas sob o olhar do arquiteto, mas também com o envolvimento das várias instituições, públicas ou privadas, que de alguma maneira estão ligadas ao direito à moradia digna para todos.

Acesse a publicação completa aqui no link.

Foto: Ana Cartana (https://www.instagram.com/foto.anacartana/)